A maneira como o solo é manejado vai muito além da produtividade agrícola. Ela está diretamente ligada à regulação do clima, à segurança hídrica e à capacidade do planeta de capturar e armazenar carbono.
Neste 15 de abril, data em que se celebra o Dia Nacional da Conservação do Solo, o tema ganha ainda mais relevância, especialmente, num momento em que o Brasil se prepara para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), em novembro.
O governo federal tem a meta de reduzir em 67% as emissões de CO2 até 2035. O dióxido de carbono é um dos principais causadores do efeito estufa e consequentemente do aquecimento global.
Para cumprir o compromisso, um dos objetivos é apostar na recuperação de solos degradados para garantir a segurança alimentar, a produtividade agrícola e a proteção ambiental.
A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura incentiva a recuperação dos ecossistemas. Composto por mais de 400 organizações, entre entidades do agronegócio, empresas, organizações da sociedade civil, setor financeiro e academia, a rede atua por meio de debates e análises de políticas públicas.
Entre as principais estratégias estão o plantio direto e a rotação de culturas – práticas que protegem o solo da erosão, aumentam sua capacidade de reter água e nutrientes reduzindo a necessidade de fertilizantes químicos.
“A agropecuária regenerativa para o produtor representa um ganha-ganha. Melhora produtividade e ajuda a conservar solos, recursos hídricos e biodiversidade, além de reduzir emissões”, afirma Fernando Sampaio, cofacilitador da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.
Pesquisas feitas pelo Laboratório de Pastagens da Universidade Federal de Goiás mostram que cerca de 60% das pastagens brasileiras — o equivalente a mais de 100 milhões de hectares — estão em algum estágio de degradação.
Para enfrentar esse desafio, o governo federal lançou o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), que pretende recuperar e converter 40 milhões de hectares em sistemas de produção sustentáveis nos próximos dez anos. A meta é dobrar a área de produção de alimentos sem desmatar um metro quadrado sequer.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Organizações investem na recuperação do solo para cumprir metas climáticas no site CNN Brasil.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/clima/organizacoes-investem-na-recuperacao-do-solo-para-cumprir-metas-climaticas/